Deixe-me ir
não me olhe assim
deixe-me ir
não me pegues mais
pelas mãos.
Não voltarei
não voltarás
não ficarás para mais uma taça.
Não ireis
Não irás
não farás só mais uma graça.
Deixe-me ir
não venhas com palavras doces
Deixe-me ir
que o amanhã nunca existiu
e o ontem já se foi.
E foi tarde.
E é tarde.
e fomos nada mais do que tarde.
Deixe-me ir
sem demora.
Deixe-me ir
porque agora é a hora.
Eu fechei a porta um pouco mais tarde demais...
deixe-me ir agora
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Abraçamos
da,teque amplexu ne subtrahe nostro
v. 698 Eneida, Virgilio
Abraça a vida, agarra o presente
é o que tens.
Abraça a coragem de deitar no peito puro
a dor que estivera latente.
Não engane a ti mesmo
com singulares perdidos
é no plural
que se abraça a vida
que se abraça o filho
que vem.
E não temas abrir os abraços
quando o outro no braço
não tens.
Não estarás enganado
pois o outro lado
é bem.
é aquém das suas sensações
é além dos seus corações
é o tudo, é o que tens.
Abraça a coragem de deitar o peito puro
na dor que estivera latente.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Da luz
Faltou luz, faltou ar
não querida, não precisa chorar
o fim não é para nós
a sós
tudo ficou a pesar
não precisa mais re-repensar
o começo vem dos pós
ou prós
E todo o silêncio insurdecedor
das pontas de seus pés andando pela casa
acenderam todo o corredor
mas cegaram, e calaram ao que não passa.
não querida, não precisa chorar
o fim não é para nós
a sós
tudo ficou a pesar
não precisa mais re-repensar
o começo vem dos pós
ou prós
E todo o silêncio insurdecedor
das pontas de seus pés andando pela casa
acenderam todo o corredor
mas cegaram, e calaram ao que não passa.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Miragem
nada é o que parece ser
O que vejo
é uma mera impressão
distorcida
O que vês
é uma mera imitação
reduzida
O que quero é isso
que vejas a miragem
que tenhas a impressão
que sou eu
Quando na verdade
não me tens
tivestes
a coragem de dizer
que não era eu
que nunca fui eu
mas ela, logo ela
nunca terá
o que tenho de ti
nunca será
o que sou pra ti.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
fábula
e é feito borboleta
um dia de cada vez
Enquanto a formiga segue seu caminho,
segue o caminho que seu só não é,
a borboleta passa voandinho,
sendo toda carinho que é.
Sem notar que era observada,
formiguinha carregada
de dor e vazio
sentiu a borboleta
lisonjeada
perder a cor
perder a asa
e encontrar a casa
no pranto tardio.
um dia de cada vez
Enquanto a formiga segue seu caminho,
segue o caminho que seu só não é,
a borboleta passa voandinho,
sendo toda carinho que é.
Sem notar que era observada,
formiguinha carregada
de dor e vazio
sentiu a borboleta
lisonjeada
perder a cor
perder a asa
e encontrar a casa
no pranto tardio.
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